Debate Carlos Carvalhas

Na noite desta sexta-feira 11 as dezenas de viseenses que se deslocaram ao Solar dos Peixotos deram por muito bem empregue o seu tempo. Como estava anunciado pela CDU, Carlos Carvalhas, economista, membro do Comité Central do PCP, participou num debate com o tema «A Crise: Fundamentos e Saídas». Na mesa Francisco Almeida, primeiro candidato a deputado pela CDU do círculo eleitoral de Viseu, a candidata Isabel Pires Souto, do PEV, e a mandatária distrital Margarida Barbedo.

A origem desta crise estrutural do capitalismo, suas causas e consequências para Portugal, bem como as alternativas e as propostas para a resolver serviram de mote à intervenção inicial de Carlos Carvalhas, sempre pautada com momentos de profunda ironia.

Considerou o orador que o início da crise remonta a Agosto de 2007, com o rebentamento da bolha especulativa do imobiliário, tal como o PCP tinha previsto desde 2004. Estamos perante uma crise, disse, típica do capitalismo, ou seja, uma crise de sobreprodução. Mas num quadro de uma enorme financeirização global da economia. A sua origem próxima esteve nas políticas de congelamento dos salários dos trabalhadores, acompanhado de um acesso fácil e generalizado ao crédito bancário.

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Em 2009, explicou Carlos Carvalhas, com a falência do megabanco Lehman Brothers todo o sistema financeiro capitalista foi colocado perante o risco real de colapso. A solução encontrada pelo grande capital foi transferir as colossais dívidas da banca para os Estados, o mesmo é dizer para os trabalhadores e para o povo.

O dirigente comunista sublinhou com enfâse que esta operação, que ainda prossegue 7 anos depois, foi acompanhada de uma intensa luta ideológica. Conceitos «novos» foram sendo subtilmente inculcados pela comunicação social dominante. E deu como exemplo as chamadas «políticas de austeridade» que na realidade são, isso sim, políticas de concentração e centralização da riqueza.

As consequências estão à vista de todos em particular no nosso País: o défice orçamental de 2015 é igual ao de 2011; a dívida cresceu 34 pontos percentuais; parte significativa do aparelho produtivo foi destruído; o desemprego disparou; a pobreza aumentou na mesma proporção do número de novos milionários e da riqueza dos mais ricos.

Em todos os momentos, recordou Carlos Carvalhas, o PCP apresentou propostas que, a terem sido levadas em conta, teriam resultado numa situação bem melhor para o povo português. E apontou alguns: valorização do trabalho e dos trabalhadores, defesa dos sectores produtivos e da produção nacional, afirmação da propriedade social e do papel do Estado na economia, efectiva subordinação do poder económico ao poder político.

Seguiu-se um animado debate com todos os presentes.

No final uma conclusão: há saída para a crise. O que passa obrigatoriamente por uma política alternativa, patriótica e de esquerda e pelo reforço da CDU quer em número de votos, quer em número de eleitos no próximo dia 4 de Outubro.

Viseu, 12 de Setembro de 2015

Gabinete de Imprensa da CDU do Distrito de Viseu