Apresentação do candidato da CDU Alexandre Hoffm

Caros camaradas, companheiros e amigos, público e comunicação social, em primeiro lugar agradecer a vossa presença, presença sem a qual não decorreria esta sessão, mas sobretudo pelo apoio que é transportado nessa vossa presença, e, isso sim é indispensável para esta candidatura.

Esta intervenção assentará em cinco diferentes pontos, pontos que são os alicerces desta candidatura e da lista que a preconiza. O Sentimento que a candidatura nos provoca, as suas razões, as prioridades que a definem, a sua necessidade de existir, e, por fim, a esperança, não uma qualquer, mas uma que é reforçada por factos e possibilidades reais, portanto, melhor esperança que uma que seja palpável não existe.

O Sentimento, portanto, é dizer-vos que é uma honra encabeçar esta lista, e aceitar a indicação da CDU, dos meus camaradas do Partido Comunista Português e companheiros do Partido Ecologista «Os Verdes», uma lista que contará com homens e mulheres empenhados em torno de um projecto comum de desenvolvimento territorial.

É com espírito de missão e consciente do que nos é pedido que nos afirmamos candidatos.

Mas também, e sublinhar isto se me permitem, com muita alegria e muita vontade de lutar, que nos apresentamos hoje. Sem vantagens individuais a não ser as que nos são definidas por critério próprio de consciência e determinação de vontade.

As Razões, montam-se em torno uma lista que definirá como único critério de participação e intervenção política os anseios das populações do distrito. Uma lista que se apresenta pela necessidade urgente de transformação e construção de soluções de futuro e respostas no presente.

Dando combate aos problemas estruturais no distrito, em todas as áreas: da saúde à educação, da mobilidade e transporte ao tecido produtivo e industrial, do património ao ambiente.

Porém com razões individuais também, que as temos, e essas razões são três: o nosso partido e a nossa coligação, o nosso distrito e o nosso povo.

As Prioridades desta candidatura assentam no conhecimento que o distrito tem no seu território 6 dos 10 concelhos mais empobrecidos do país.

Os rendimentos do distrito e das suas populações baixam para cerca de metade comparativamente à média nacional. Significando que cerca de 25% das pessoas que aqui habitam, mulheres, homens e crianças, 1 em cada 4 pessoas, vivem abaixo do limiar da pobreza.

Muitos trabalhando é certo, mas não fazendo face às despesas. Muitos mais vivendo em condições absolutamente miseráveis, não poucas vezes sem acesso à educação, à saúde, ao trabalho, à habitação, e até coisas mais básicas e urgentes como à luz e à água.

Deixados ao abandono e esquecimento, em condições que não dignificam a República, mas não os esquecemos nós. Que o exigido e o que nos exigimos é que caminhemos todos juntos, lado a lado.

Para dar resposta exigem-se então políticas nacionais concretas. Respostas urgentes e dignas como o aumento significativo do Salário Mínimo Nacional, o aumento geral dos salários, o aumento das pensões, uma rede de creches pública e a criação de uma rede pública de habitação transversal ao território.

Ao encerramento compulsivo de serviços públicos que tanto têm contribuído para o actual estado de coisas, respondemos com a necessidade de os reverter. De colocar escolas, jardins de infância, extensões de saúde, tribunais, correios, balcões da banca pública, nos sítios mais e menos rurais de onde os governos ao longo dos últimos trinta anos os têm vindo a retirar, criando um fosso entre cidadãos de primeira e cidadãos de segunda.

Exigimos um reforço do Serviço Nacional de Saúde. Um reforço vinculativo, real e comprometido. Um reforço no hospital de Viseu, sobretudo na construção da alado do serviço oncológico e do seu reforço, e, bem como dos serviços de urgência. No hospital de Lamego, que servindo mais de 180 mil utentes, possam ser reunidas as condições para reabrir as mais de 15 valências hospitalares que tem vindo a perder, desde a maternidade à urgência cirúrgica, passando pela perda de camas de internamento. O reforço de meios humanos, técnicos e materiais são indispensáveis.

Exigimos a criação de uma plataforma pública de saúde mental e a criação de uma rede de cuidados paliativos, redes inexistentes ou insuficientes no distrito.

Continuaremos a luta antiga pela ferrovia, estrutura despida no distrito. Lutando por ligar Viseu à linha da Beira, Lamego à linha do Douro, e, naturalmente promovendo a ligação entre estas duas linhas. Lutaremos contra problemas de mobilidade e transporte públicos, insuficientes, mas também pela abolição das injustas taxas de portagem da A24 e da A25.

Lutaremos em prol do tecido produtivo de todo o território. Pelo apoio concreto à produção agrícola de norte a sul do distrito, reconhecendo e valorizando as suas diferenças resultantes da geografia, valorizando por isso mesmo cada um dos nossos produtos endógenos. Na definição de uma política comum de produção agro-pecuária, equilibrada, rentável e sustentável. Lutaremos pela Casa do Douro e pela defesa de toda a zona vinhateira do distrito, do Douro ao Dão.

Defenderemos o património histórico e cultural, material e imaterial, como ferramenta identitária do nosso povo, preservando as raízes e projectando-as no futuro. Defendendo de igual forma, sem os separar, o património natural como recurso estratégico do distrito, preservando-o e também à sua biodiversidade, como ponto de equilíbrio nas relações entre o Homem e a natureza.

Lutaremos contra a precariedade laboral no distrito, contra a precariedade da cultura na região, o abandono do património histórico edificado e do património natural, o subfinanciamento do associativismo cultural e desportivo, o desinteresse pelos mecanismos de turismo sustentável e desenvolvimento ecológico.

É por isto e muito mais que nos apresentamos como uma necessidade.

A Necessidade de dar respostas aos problemas estruturais do distrito, problemas que não são mais superficiais ou apenas de forma.

A necessidade de fazer eleger um ou mais deputados da CDU, que transportem até à Assembleia da República estes e outros problemas.

Para que haja uma ou mais vozes que façam e actuem como sempre o afirmam, prometem e concretizam em actos, e, não, nunca, o contrário.

Coisa tão frequentemente vista e sentida no distrito com a sua representação repartida entre os mesmos de sempre, que propalam em períodos de campanha eleitoral o interesse comum pelo bem-estar do distrito e actuam recorrentemente de forma contrária em sede parlamentar, pondo-se contra os interesses das populações do distrito.

Caros camaradas, companheiros e amigos, pode contudo, Existir Esperança.

Porque não há resultados definidos previamente ou que não dependam do nosso empenho, combate e trabalho.

Porque não há eleições ganhas ou perdidas antes do dia do voto.

Porque não há fantasma, passado ou grilhão, que determine o futuro e aquilo o que o futuro será, será decidido exclusivamente por todos nós, por todos aqueles aqui vivem e aqueles que aqui querem viver.

Somos nós, todos, candidatos, militantes, activistas e apoiantes da CDU, os obreiros desse futuro por construir.

Somos nós os braços e as alavancas necessárias, para trazer ao distrito o desenvolvimento e avanços preconizados na Constituição da República Portuguesa, para trazermos de forma definitiva Abril a este território.

Somos por isso os herdeiros de abril, bandeira que erguemos alto e com orgulho, mas com muita responsabilidade. A responsabilidade de sermos também no plano distrital e nacional o baluarte da democracia, da liberdade e do socialismo.

Somos uma lista de carácter unitário, uma lista que representa a verdadeira força de esquerda no plano distrital e nacional, a força decisiva no distrito e no país. A força que está ao lado de todos, todos os dias.

Caros amigos, camaradas e companheiros, caro povo do distrito de Viseu: esperamos contar com o vosso apoio. Esperamos contar convosco, porque connosco sabem que podem contar.

Viva a CDU!

Viva o Distrito de Viseu!

Viva Portugal!

Viseu, 8 de Dezembro de 2021

 

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