Serviço de Urgência Básica de São Pedro do Sul

O Serviço de Urgência Básica de S. Pedro do Sul (SUB/SPS) tem vindo a fechar as suas portas por falta de médicos, situação que, segundo informação do conhecimento público, se irá prolongar no tempo, com o encerramento às 3ªs feiras de manhã.

Esta unidade de cuidados primários serve as populações dos concelhos de S. Pedro do Sul, Vouzela, Oliveira de Frades e parte de Castro Daire, ou seja, cerca de 48.mil residentes dos quais 25% não tem médico de família.

A actividade turística cresce no período de verão, recebendo esta região a visita de muitos dos seus e de outros que a visitam e aqui vêm passar as suas férias, particularmente os que aqui acorrem às Termas de S. Pedro do Sul.

Quer para as situações de efetiva emergência ou urgência, quer para as de resposta aos utentes sem médico de família, o SUB/SPS é a unidade de saúde de primeira resposta aos habitantes de Lafões e aos seus visitantes. 

Ao encerramento do SUB/SPS corresponde uma redução de prestação de serviços médicos aos Lafonenses e visitantes e um sobrecarregar dos serviços de urgências do Hospital de Viseu.

O Serviço Nacional de Saúde é uma conquista de Abril, dos trabalhadores e das populações, que as políticas de saúde desenvolvidas pelo atual governo do PS, na senda das impulsionadas pelos governos do PSD e do CDS, têm vindo a destruir, visando a promoção dos negócios dos grupos privados na prestação de serviços hospitalares.

Lafões merece mais e melhor e tal é possível com outras políticas que afirmem o primado da defesa dos interesses das populações sobre os escandalosos lucros de um reduzidíssimo grupo de privados.   

Exatamente por isso, PCP, por via do seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República, questionou o Governo: que recursos humanos exige hoje o normal funcionamento do SUB, em que regime vão ser contratados os 3 médicos anunciados pela Srª Directora da ARS, que iniciarão funções a 12 de junho, e quais as medidas para aliviar a pressão nas urgências do Hospital de São Teotónio, em Viseu.

Se foi com a luta que se criou e construiu o Serviço Nacional de Saúde, é com a luta que o defendemos. As populações poderão sempre contar com o PCP e com a sua intervenção na defesa dos seus direitos.

São Pedro do Sul, 6 de Junho de 2023

A Comissão InterConcelhia de Lafões do PCP

 

Pergunta do PCP na Assembleia da República

 

No passado dia 30 de maio o Serviço de Urgência Básico (SUB) de São Pedro do Sul, que acolhe também utentes dos concelhos de Castro Daire, Oliveira de Frades e Vouzela, esteve encerrado devido à carência de médicos, situação que já se havia verificado no dia 11 do mesmo mês.

 

O encerramento do atendimento no SUB de São Pedro do Sul tem causado justa indignação das populações, pois confrontados com a impossibilidade de atendimento são encaminhados para o Hospital de São Teotónio, em Viseu, que tem sérios estrangulamentos no seu funcionamento, precisamente pela afluência e falta de profissionais. Para muitos destes utentes que recorrem ao SUB de São Pedro do Sul, coloca-se a obrigação de percorrer cerca de 90Km (Castro Daire – São Pedro do Sul – Viseu – Castro Daire) para serem vistos por um médico no Serviço Nacional de Saúde ou então resta-lhes o sector privado.

 

 

De acordo com informação prestada pela Sra Diretora do Agrupamento dos Centros de Saúde Dão-Lafões, esta situação só não é mais recorrente por recurso a medidas excecionais, pois a solução passará sempre pela contratação de mais médicos que são da responsabilidade da Administração Regional de Saúde do Centro.

 

 

Em consequência da indignação das populações e da pressão mediática a ARSC veio anunciar a contratação de três médicos, a iniciarem funções a partir de 12 junho, começando por considerar “uma resposta adequada às necessidades de cuidados primários no concelho” e afirmando de seguida que a “contratação destes três médicos irá mitigar o impacto e pressão no SUB de São Pedro do Sul, enquanto a ARSC continua a efetuar as necessárias diligências para assegurar o seu normal funcionamento”.

 

 

Assim, ao abrigo da alínea d) do artigo 156º da Constituição da República Portuguesa e para os efeitos do 229º do Regimento da Assembleia da República, pergunto ao Ministério da Saúde o seguinte:

 

 

1. Que conhecimento tem o Sr. Ministro da Saúde desta situação?

 

 

2. Quais a reais necessidades de médicos e outro pessoal para garantir o normal funcionamento do SUB de São Pedro do Sul?

 

 

3. Em que regime foram contratados os três médicos que iniciam funções a 12 de junho?

 

4. Que medidas estão a ser tomadas para aliviar a pressão nas urgências do Hospital de São Teotónio em Viseu?