Foi de forma acidental que os cerca de 100 trabalhadores tomaram conhecimento do processo de insolvência deliberado pelo Tribunal para a empresa Fumados Douro, de Armamar.

Sem que nada o fizesse esperar, uma vez que apenas ainda não foi pago aos trabalhadores o salário do mês passado, sabe-se agora que a empresa Fumados Douro foi declarada insolvente em meados de Abril, mas apenas no passado dia 5 de Maio, através de pessoal dos escritórios, essa situação chegou ao conhecimento dos trabalhadores.

Esta empresa, que labora há mais de trinta anos, e que desde 2004 foi adquirida pela actual administração, é a principal empregadora do concelho de Armamar e foi protagonista nos últimos tempos, de avultados investimentos na modernização do seu aparelho produtivo, com recurso a fundos da União Europeia, após os quais foi considerada pelo anterior governo e pela imprensa, como um exemplo a nível nacional.

No entanto, durante o ano de 2015, a empresa Douro Sul, sedeada em Lamego, a operar no mercado da conservação e comercialização das frutas e que era dirigida pelo principal dono da Fumados Douro, entrou igualmente em insolvência, estando actualmente sobre um “PER” – Plano Especial de Recuperação.

O mesmo empresário foi protagonista da mediática e controversa aquisição da cadeia de supermercados algarvios Alisuper, que entretanto alienou não sendo claras as condições em que o fez. Consta, que entretanto se “ausentou” para o estrangeiro.

O PCP, ao mesmo tempo que manifesta a sua activa solidariedade aos trabalhadores da Fumados Douro e apela à sua unidade e firmeza na luta pela defesa dos postos de trabalho, vai interpelar o Senhor Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, através do nosso Grupo Parlamentar na Assembleia da República, para que sejam apuradas as responsabilidades da administração da empresa nas acções de gestão ruinosa que conduziram ao processo de insolvência, exigindo que, tendo em conta o peso económico e social da Fumados Douro para o concelho de Armamar, sejam tomadas todas as medidas que preservem a laboração da empresa e a manutenção dos postos de trabalho actuais.

Simultaneamente, o PCP desafia os órgãos de poder local do concelho de Armamar a tomar posição pública de solidariedade com os trabalhadores e a encetar diligências pela continuidade da laboração da empresa, no absoluto respeito pelos direitos dos trabalhadores.

Armamar, 9 de Maio de 2016.

A Comissão Concelhia de Armamar do PCP