Tal como o PCP preveniu em Fevereiro deste ano, o encerramento do SAP de Stª Comba Dão entre a meia noite e as 8 horas da manhã e o fecho das Extensões de Saúde de Óvoa, Pinheiro de Ázere e S. Joaninho, eram apenas o primeiro passo para o ataque mais vasto e profundo por parte do Governo ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e aos direitos inalienáveis dos cidadãos do Concelho a cuidados de saúde personalizados e de proximidade.

Infelizmente, a realidade veio confirmar o alerta do PCP. A situação que hoje se vive no Centro de Saúde de Stª Comba Dão é de todo insustentável. Mais de 1.500 pessoas já estão privadas de Médico de Família, problema que atinge ainda de forma mais gravosa as populações rurais de Nagosela e Treixedo (onde o Posto de Atendimento já encerrou há dois anos). Mas este cenário de carência e falta de resposta aos utentes de Saúde de Stª Comba pode aproximar-se do caos, com a saída por aposentação até ao fim do ano, de mais quatro médios dos quadros do Centro de Saúde.

Cabe perguntar: o que fez o ACES Dão Lafões III e a ARSC (Administração Regional de Saúde do Centro) para resolver esta inadmissível situação, sendo que em Fevereiro último, estas entidades já tinham justificado o encerramento das Extensões de Saúde e do SAP, naquele horário, com a falta de médicos? Nada, está bom de ver.
 
E não foi só pela absoluta desorganização e incompetência reinante no ACES Dão Lafões III que não se encontraram soluções para este grave problema que mexe com a qualidade de vida de uma população inteira. É sobretudo pela filosofia que os seus dirigentes sustentam sobre o problema: “Quando um serviço dá prejuízo, fecha-se”, disse o responsável máximo do ACES Dão Lafões III, quando anteriormente foi confrontado com os encerramentos. Esta política do Governo, aplicada por estes senhores, é desumana porque é economicista e é inconstitucional porque alheia ao imenso sofrimento e desconforto causados aos milhares de utentes, na sua maioria idosos sem mobilidade nem protecção, a viverem em aldeias onde vai fechando tudo.

Perante a preocupante evidência de falta médicos de família, que ameaça deixar o Concelho de Stª Comba Dão a breve prazo completamente privado destes cuidados básicos de saúde, a recentemente eleita Comissão Inter-Concelhia Stª Comba Dão/Mortágua do PCP tomou duas medidas:

1 – Solicitar ao seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República que questione com urgência o Ministério da Saúde sobre a falta de médicos no Centro de Saúde de Stª Comba Dão;

2 – Lançar um Abaixo-assinado público, exigindo do ACES Dão Lafões III e da ARSCentro a colocação imediata dos médicos em falta e a contratação de outros que venham substituir os quatro médicos que se vão reformar até ao fim do Ano.

Se estas entidades não assumirem as suas responsabilidades respondendo positivamente a esta elementar exigência, o PCP disponibiliza já o seu apoio a todas as acções de protesto que as populações considerem legítimas para verem satisfeitas as suas justas reclamações, do direito a médico de família e a cuidados de saúde de proximidade.

Stª Comba Dão 5/07/2010
A Comissão Inter-Concelhia Stª Comba Dão/Mortágua do PCP