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Categoria: O Grupo Parlamentar do PCP na AR e o Distrito de V

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No quadro da Campanha «Valorizar os Trabalhadores. Mais Força ao PCP», o deputado do PCP na Assembleia da República, Miguel Tiago, cumpriu hoje, Segunda-feira, dia 5 de Março, um conjunto de reuniões e contactos, em que estiveram em destaque os direitos dos trabalhadores da PSA/Peugeot-Citroën, sediada em Mangualde.

O deputado do PCP esteve, primeiro, na mudança de turno das 15 horas, distribuindo o documento nacional do PCP alusivo à Campanha em curso, período em que teve oportunidade de contactar os trabalhadores e ouvir os seus protestos contra o assédio moral na linha de produção e a discriminação protagonizada pelo Grupo PSA aos trabalhadores do Centro de Produção de Mangualde, relativamente aos prémios, em relação aos seus colegas franceses e espanhóis, entre outras.

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Seguiu-se uma reunião com a Comissão de Trabalhadores do Centro de Produção de Mangualde da PSA/Peugeot-Citroën, que informou a delegação do PCP das suas preocupações com os brutais ritmos de trabalho impostos aos operários da produção, sobre a utilização indiscriminada e ilegal da “bolsa de horas” (trabalho ao sábados e mais uma hora no turno da tarde, até à meia noite), consideradas duas das razões fundamentais do aumento exponencial da produção e dos lucros do Grupo PSA.

Referidos foram igualmente os malefícios  da rotatividade dos turnos e da especificidade do trabalho, que provoca e agrava doenças profissionais, que por sua vez não são reconhecidas pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

A Comissão de Trabalhadores considera que o “Código do Trabalho é uma espada sobre a cabeça dos trabalhadores e tem de ser imediatamente revisto, pois é com base nessas leis que as administrações degradam as condições de trabalho e de remuneração do trabalho.” Sobre esta matéria, Miguel Tiago evidenciou o papel do PCP, pela anulação da norma que determina a caducidade dos contratos colectivos de trabalho, evidenciando a importância da luta dos trabalhadores para que as entidades patronais e o Governo aceitem o princípio de que “um Contrato Colectivo de Trabalho, só pode ser substituído por outro Contrato Colectivo de Trabalho”.

A C.T. informou ainda que a entrada em funcionamento do “3º turno”, já em Abril, se deve ao aumento da procura no mercado dos modelos antigos ainda em produção e não, como tem sido veiculado, para dar início à produção do novo modelo, designado K9. Aliás, foi evidenciado o facto de muito do investimento até agora feito na robotização da linha de montagem estar  sem utilização. Sobre o modelo de recrutamento, mostraram preocupação com o facto dos trabalhadores que vão integrar o “3º Turno”, serem precários, sem vínculo à empresa, contratados por empresas de aluguer de mão-de-obra, situação que merece a mais viva condenação do PCP, razão pela qual vai questionar o Ministro do Trabalho, confrontando-o com este escândalo descarado de trabalho precário.  

A passividade e falta de meios para intervir da ACT, foi outra das questões levantadas pela Comissão de Trabalhadores, que lamenta a inoperância deste organismo e a sua conivência, por omissão, com as ilegalidades cometidas na empresa. A Comissão de Trabalhadores aguarda a marcação de uma reunião com a administração para iniciar a discussão das matérias constantes do Caderno Reivindicativo que lhe apresentou.

Miguel Tiago comprometeu-se em levar à Assembleia da República um conjunto de questões levantadas pela C.T., reafirmando que não há transformações nem conquistas de direitos económicos, sociais e políticos sem a luta dos trabalhadores, lembrando que este é um Governo minoritário do Partido Socialista, comprometido com o grande capital, que em sede de discussão do Orçamento do Estado, não hesitou em votar com o PSD e o CDS contra o aumento do Salário Mínimo para 600 euros e da obtenção da reforma por inteiro sem penalizações dos trabalhadores com 40 ou mais anos de descontos, entre outras.

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Durante a manhã, o deputado reuniu com a Comissão Executiva da União de Sindicatos de Viseu, que deu conta da sua preocupação com a intensificação do trabalho precário no Distrito, mas também com o êxito da luta em muitas empresas, que tem levado à conquista de aumentos salariais e do subsídio de refeição, como é exemplo a AVON, em Tondela.

O descongelamento de carreiras, a progressão e a luta pela reposição remuneratória de acordo com a lei, são motivos que estão a mobilizar os trabalhadores em funções públicas para a manifestação que irá ter lugar em Março, como a luta dos trabalhadores da hotelaria por aumentos salariais e vínculos efectivos para postos de trabalho permanentes.

A Campanha “Valorizar os Trabalhadores – Mais Força ao PCP”, vai continuar nos próximos dias, levando o documento em distribuição às principais empresas do Distrito.

Viseu, 05/03/2018

O Gabinete de Imprensa da DORViseu do PCP